sábado, 30 de janeiro de 2010
Com que carro eu vou?
Há 80 anos a dúvida do grande Noel Rosa era com que roupa ir ao samba para o qual havia sido convidado. Hoje isso não seria problema para o grande compositor, afinal, os "usos e costumes" mudaram bastante desde a década de 30 e para ir a um samba não é preciso mais do que uma bermuda, uma camiseta e um par de sandálias hawaianas. No entanto se o assunto fosse qual carro comprar para ir ao tal samba, o saudoso compositor carioca teria pela frente um dilema e tanto. Dias atrás olhando o caderno de veículos da "Folha de Londrina" me dei conta de como a indústria automotiva brasileira evouliu nos últimos anos. Existem modelos para todos os gostos, todas as necessidades e todos os bolsos. Em 1990, o presidente Fernando Collor chocou o país ao dizer que nossos carros se pareciam mais com carroças do que com automóveis. Ele tinha razão. Comparar os carros nacionais daquela época com os importados (por favor, deixem o Lada fora desse comparativo) era covardia. Embora a afirmação tenha sido deselegante, partindo de um presidente da república, ela parece ter mexido com os brios dos fabricantes. Depois disso eles tiraram o pé do chão e passaram a valorizar mais o consumidor. A evolução na tecnologia, no conforto, na segurança e no design elevaram muito a qualidade dos nossos veículos ao ponto de hoje eles não perderem nada para os importados. Pelo contrário. Muitos carros lançados aqui ganharam o mundo e podem ser vistos rodando pelas ruas em vários países. Outra mudança significativa é que carro deixou de ser um privilégio dos ricos. Graças às inúmeras linhas de financiamento disponíveis no mercado, basta ter crédito que é possível comprar um carro ou uma moto. Até quem ganha o salário mínimo e não tem muitos compromissos tem condições de fazer isso sem muito esforço. Com um comprovante de renda não é preciso nem dar entrada para sair de uma agência dirigindo um carro ou uma moto nova. O problema é que em muitos casos, o carnê de prestações mais se assemelha a uma bíblia, tamanho são os prazos de pagamento. As duas únicas preocupações de quem vai comprar um carro a percer de vista hoje são: quando terminar de pagar o financiamento o carro já estará velho e como escolher um modelo específico diante de tantas opções existentes no mercado. Feito isso dá até pra curtir um samba do grande Noel Rosa, mas antes é preciso instalar um rádio, já que esse acessório como ítem de série ainda é privilégio dos modelos mais sofisticados.
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