quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sepultando a intelectualidade

Nos últimos dias a mídia regional publicou vários artigos e reportagens sobre o ex-prefeito de Maringá, Adriano Valente, que morreu recentemente vítima de câncer. Quase todos os que escreveram ou falaram sobre ele destacaram sua notável formação intelectual e humanística, em boa parte conquistada por meio das inúmeras leituras em sua biblioteca, considerada por muitos um verdadeiro tesouro.
Depois de ler as publicações em torno do ex-prefeito maringaense passei a refletir sobre quantas pessoas hoje em dia chegarão a esse nível de intelectualidade. Aqui em Mandaguari posso destacar algumas personalidades cujas características se assemelham à Adriano Valente. O advogado Waldemar Ferraz de Camargo, homenageado com o nome do recém inaugurado Fórum Eleitoral da Comarca, foi uma dessas pessoas. Embora tenha o conhecido apenas jogando sinuca aos sábados no bar ao lado da minha casa, sei que Dr. Waldemar era um estudioso incansável e exímio conhecedor do Direito. Ainda temos outros intelecutais mandaguarienses vivos, mas para não ser injusto ao esquecer de alguém prefiro não nominá-los.
O fato é que pessoas como essas estão em extinção, se é que posso usar esse termo. Se analisarmos os jovens com idade até 30 anos uma parcela ínfima se preocupa em ler um bom livro. Entre os adolescentes então a situação é ainda mais desanimadora. Dão enorme importância para coisas fúteis e se esquecem de alimentar o cérebro. Pior, não se preocupam nem em procurar saber o que está acontecendo à sua volta. Pra eles é mais simples usar o msn pra marcar um passeio no shopping com a galera, em seguida comer um fast food e depois curtir um sertanejo universitário na balada. Enquanto isso a intelectualidade vai sendo sepultada com as pessoas ou com os livros que empoeiram nas estantes por falta de leitores.

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