terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Comunicação e imagem corporativa

Ontem assisti uma matéria sobre o fechamento de uma fábrica de cadernos em Astorga, que resultou em mais de cem desempregados. Até aí nada demais. Empresas nascem, algumas se perpetuam, mas a maioria um dia encerra as atividades. O que me chamou a atenção foi a maneira como os funcionários tomaram conhecimento do fechamento da fábrica. Alguns ficaram sabendo pela imprensa, outros pelos comentários nas ruas da cidade. A empresa, que no passado investiu muito em comerciais de rádio e TV e também em out-doors, não se deu ao trabalho de mandar um gerente ou mesmo de escrever uma carta para dizer aos funcionários que estava fechando a unidade. Isso gerou uma situação ruim para a imagem da empresa. Não pelo fechamento, mas pelo desrespeito com que a equipe foi tratada. Outro agravante é que a empresa recebeu incentivos para se instalar na cidade, portanto, tinha mais um motivo para ser transparente.
No entanto situações desse tipo não são raras no mundo dos negócios. Muitos empresários têm os olhos focados exclusivamente no mercado e se esquecem que o que acontece dentro de suas empresas causa impactos na sociedade. Quando esses impactos são positivos a imagem institucional se fortalece e ajuda no crescimento do negócio, mas quando os impactos são negativos ocorre o contrário.
No caso de Astorga, como o fechamento era inevitável, a empresa poderia ter atuado preventivamente no sentido de minimizar o desgaste da sua imagem. O primeiro passo deveria ter sido reunir os funcionários e colocar claramente o que estava acontecendo. Depois disso procurar a imprensa e comunicar oficialmente o fim das atividades e, principalmente os motivos que levaram a esta decisão. Feliz ninguém ficaria, mas com certeza a sociedade local iria entender que o fechamento ocorreria por motivo de força maior. No entanto, os gestores da empresa erraram ao não dar nenhuma satisfação. Com isso deixaram a impressão de se tratar de uma empresa que não respeita os funcionários e que recebeu incentivos públicos, mas depois deu as costas para a sociedade. Isso pode custar muito caro num mercado em que a cada dia a ética empresarial torna-se tão importante quando o atendimento, a qualidade e o preço dos produtos.

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