O trem que nunca chega

Desde que o transporte ferroviário de pessoas foi desativado na região – e isso foi há quase 30 anos – ouço falar que “o trem vai voltar”. Quando trabalhava no jornal cansei de cobrir reuniões onde lideranças, empresários e autoridades discutiam o tal projeto do trem de passageiros, trem bala, trem metropolitano, trem pé-vermelho, entre Londrina e Maringá. Diziam que já havia comprovação da viabilidade do projeto, que essa era a melhor região do Brasil para implantar esse transporte, que grupos estrangeiros iriam investir, que dentro de cinco anos o trem estaria andando. Enfim, era difícil ouvir os discursos e não sair convencido de que estava tudo certo e em pouco tempo ninguém mais iria circular pela região de carro ou com o amarelinho da Viação Garcia.
Há pouco tempo li algo sobre a realização de mais um estudo, pelo qual se pagaria R$ 400 mil, para verificar a viabilidade do projeto. A diferença é que agora não se fala em investimentos estrangeiros e sim em um plano nacional para revitalização de ferrovias. Particularmente eu sempre achei que isso nunca sairá do papel, e pelo menos até agora os fatos mostram que realmente essa história se resume a muita conversa e em algumas pessoas ou entidades fazendo estudos e lucrando com isso. Em breve voltarei a tocar nesse assunto e vou explicar os motivos que me levam a acreditar nisso.