terça-feira, 4 de maio de 2010

Lixo

Li hoje em "O Diário" que o prefeito de Maringá pretende firmar parceria com Londrina para construir uma usina termelétrica "movida a lixo" em Apucarana. O empreendimento, se assim podemos chamar, representaria a solução para o problema do lixo que se tornou uma pedra no sapato do prefeito da Cidade Canção.
Nos últimos anos ele já anunciou uma série de projetos, todos faraônicos para resolver essa questão, mas nada vingou. Já falou-se em tecnologia do plasma, sistema biopuster, levar o lixo para Sarandi, revitalização do atual aterro, etc. O problema é que pelo jeito tudo foi feito de forma precipitada ou irregular, tanto é que em todos os casos houve resistência da população e intervenções judiciais. Agora a bola da vez é a termelétrica em Apucarana, para onde o lixo seria levado de trem. Sei não, mas acho que mais uma vez a solução brilhante acabará naufragando, ou melhor, descarrilhando.
Talvez, ao invés de buscar grandes inovações tecnológicas, que custam caro e tem eficiência duvidosa, os administradores públicos poderiam partir para o feijão com arroz. Poderiam começar por exemplo desenvolvendo campanhas para estimular a população a separar os materias recicláveis dos resíduos orgânicos. Depois criar projetos de apoio e acompanhamento social e administrativo para as associaçoes e cooperativas de reciclagem. Ações como essas são feitas em pouquíssimas cidades, mas onde elas acontecem com seriedade, os resultados são altamente positivos. A construção de aterros sanitários que respeitem as normas ambientais e tratem corretamente os resíduos orgânicos completaria e ciclo e reduziria os impactos que as toneladas de lixo geradas diariamente em todas as cidades causam ao meio ambiente. Tudo isso sairia bem mais barato do que a criação da tal termelétrica e ainda contribuiria com o aumento da renda e o resgate da dignidade das pessoas que sobrevivem recolhendo materiais recicláveis pelas ruas de nossas cidades.

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