terça-feira, 21 de setembro de 2010
Vício Maldito
Meu primeiro contato foi aos 18, 19 anos. Já sabia que existia, mas nunca tinha visto de perto. Foi então que algumas pessoas próximas começaram a usar. Achava aquilo o máximo. Pareciam poderosos, volta e meia pedia e eles me deixavam usar também. Foi assim durante algum tempo. Usava dos outros, mas ficava sem graça de ter que pedir. Decidi que compraria, afinal, dava status, chamava a atenção. Comprando, o uso se tornou freqüente. Às vezes fazia questão de usar em público para que todos vissem. Só que estava me custando muito caro e resolvi abandonar. Pelo menos no começo deu certo, mas logo estava usando dos outros novamente e um ano depois sucumbi à tentação e comprei. Aí a coisa desandou. Usava cada vez mais e já não me importava quanto ia gastar. Passei a usar compulsivamente. Aquilo já havia deixado de ser brincadeira, de dar sensação de poder ou status. Era necessidade. Não dava mais pra ficar sem, chegando ao ponto de usar dois de uma vez só. Percebi então que a coisa havia saído do controle. Pra minha sorte, ou azar, já era mais acessível e não custava tão caro quanto no começo. Os próprios fornecedores passaram a oferecer novas alternativas que baixaram ainda mais o custo, tudo pra nos estimular a consumir. O resultado de tantos anos de uso é que me tornei altamente dependente. Não consigo ficar longe. Quando saio de casa sem eu fico incomodado. Sinto que me falta algo e quase sempre volto pra buscar. Se fico um dia longe me dá desespero. O que me deixa conformado é que não sou o único que caiu nessa, muita gente que vai ler esse texto também deve ser como eu, que não consigo viver sem essa droga de telefone celular.
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