Um amigo que se foi...

Acabo de chegar do velório do meu amigo João Costa, que durante mais de 30 anos foi um dos fotógrafos mais conceituados e requesitados de Mandaguari. Boa parte da história da nossa cidade e os melhores momentos da vida de milhares de pessoas foram eternizados pelas suas lentes.
Pessoa séria, educada, companheiro e grande profissional. Por uma série de motivos "Seu João" abandonou a fotografia há alguns anos, passou por algumas dificuldades e trabalhava agora em uma empresa de borrachas. A última vez que estivemos juntos foi há pouco mais de um mês, quando fui entregar-lhe meu convite de casamento. No último sábado fiquei sabendo que ele havia sofrido um derrame e estava internado em estado grave. Hoje pela manhã recebi a notícia da sua morte.
"Seu João"é uma pessoa que deixa boas lembranças. Eu ainda tinha 13 anos quando começamos a trabalhar juntos. Aprendi muito com ele, não só sobre fotografia, mas também sobre a vida. Por um curto período fomos concorrentes e durante longos anos fomos parceiros. Não dá pra contar as vezes em que fizemos trabalhos juntos nem as situações em que um socorreu o outro quando o volume de serviço era maior do que nossa capacidade de executar.
O cuidado extremo com seus equipamentos de foto e vídeo e com carros era uma marca registrada. O Fusca vermelho 75 ficou com ele por quase 30 anos. Parecia zero, tanto que foi vendido por um preço bem acima do que era praticado pelo mercado. O Voyage 86, que ele também tirou zero e usou até o dia que teve o derrame, é uma verdadeira relíquia. Parece carro de colecionador.
Por tudo isso que falei e por muitas outras coisas "Seu João" deixará saudades. Vai com Deus amigo!

Campanha fria (ainda bem)

Já passou quase um mes desde que as convenções partidárias que definiram os candidatos foram realizadas e as campanhas não ganharam as ruas. O máximo que eu vi faté agora foram alguns gatos pingados com adesivos deste ou daquele candidato no carro e alguns cabos eleitorais segurando bandeiras nas esquinas. Ah!, tem também os e-mails que não param de chegar, mas isso é fácil de resolver, basta deletá-los. Melhor assim!!! Dá até raiva só de pensar que me breve teremos que engolir propaganda eleitoral na TV e no rádio, santinhos (ou seriam capetinhas?) sujando as ruas, carros de som, comícios e puxa sacos querendo lhe convencer que seus candidatos são verdadeiros deuses. Já passou da hora do Brasil pensar em fazer eleições unificadas de vereador a presidente da república em um único pleito. Assim o país economizaria uma boa grana e nós teríamos quatro anos de sossego entre uma eleição e outra.

Verdade ou mito?

Certa vez o comerciante Joelino da Silva, mais conhecido como JJ, me contou que nos idos da década de 1960 Ernesto Che Guevara teria passado por Mandaguari, onde, se não me engano em um sítio, se reuniu com alguns simpatizantes do socialismo. JJ afirmou que na ocasião foi o único mandaguariense que conversou com o líder revolucionário. Na época não botei muita fé na história, mas ontem li uma nota no blog do Marcelo Bulgarelli (que repicou uma postagem do blog Maringá Histórica) dando conta de que Che realmente pode ter passado pela região, tendo inclusive pernoitado em Maringá. Pena que JJ já tenha deixado este mundo. Creio que ele fosse a única pessoa que poderia dar detalhes sobre esse fato.

Censura

Diálogo verídico entre locutor e ouvinte transmitido ao vivo em uma rádio da região:

-Alô, Fulano?

-Sim, pode falar.

- Eu queria fazer uma denúncia.

- Aguarde um pouco na linha que eu converso com a senhora fora do ar. Estamos ao vivo e se essa denúncia tiver alguma coisa a ver com a prefeitura vai dar problema pra gente aqui na rádio.

Só lembrando que a ditadura militar terminou há mais de 25 anos e que a Contituição de 1988 estabeleceu o fim da censura no país.

Fazendo a festa

Já virou rotina, quase todo dia tem carro sendo roubado em Mandaguari. As pessoas estão assustadas e não se vê nenhuma mobilização por parte das autoridades competentes para acabar com o problema.

ATUALIZADO: minutos depois dessa postagem mais um carro foi roubado, dessa vez foi em plena luz do dia na área central da cidade. Onde isso vai parar???

Novos costumes

Hoje o jornal "O Diário"trouxe uma matéria sobre o aumento no movimentos dos shoppings centers de Maringá por causa das férias escolares. Realmente, quem trabalha nesses estabelecimentos afirma que nessa época do ano crianças e adolescentes tomam conta do lugar, principalmente das áreas de lazer, praças de alimentação e cinemas. A situação é bem diferente da que víamos até o final dos anos 80. Na minha época de criança mesmo, férias era tempo de crianças brincando nas ruas, de campos de pelada lotados e de mães desesperadas quando chovia, pois a bagunça que a molecada fazia em casa não era nada fácil. Como minha família viajava pouco (ou quase nada), geralmente período de férias era quando a gente recebia a visita dos parentes que moravam fora. Os primos da mesma faixa etária ficavam juntos quase 24 horas por dia. Andavamos de bicicleta, organizavamos campeonatos de futebol, íamos para o sítio caçar passarinho, pescar, brincar no córrego, comer melancia da roça do vizinho, dormíamos uns nas casas dos outros, enfim, férias era tempo de fazer tudo aquilo que em períodos normais não dava pra fazer por casusa dos afazeres escolares. Hoje com os pais e mães trabalhando fora e o problema da violência sobram poucas alternativas para a molecada. Televisão, videogame, internet e shopping center, ou seja, nada além daquilo que eles já fazem quase diariamente.

Capitania

Engana-se quem acha que o sistema de capitanias hereditárias acabou no Brasil ou que ele só existe no nordeste, onde ao longo dos anos integrantes de algumas poucas famílias se revezam no poder. No Paraná esse modelo político também é vigente e permanecerá por pelo menos mais quatro anos. Independente da vitória de Beto Richa ou Osmar Dias nas eleições de outubro, em 2014, quando terminará o mandato do futuro governador, nosso estado estará há mais de 30 anos sendo administrado por apenas quatro famílias: Richa entre 1983 e 1986; Dias entre 1987 e 1990; Requião 1991 e 1994, 2003 e 2010; Lerner 1995 e 2002.